Horas após conduzir à delegacia dois integrantes do Mídia Narrativas Independentes, Jornalismo e Ação – mais conhecido como “Mídia Ninja” -, o tenente Daniel Puga, 28 anos, teve seus dados pessoais – incluindo números de documentos, endereço e telefone – publicados e compartilhados por perfis no Facebook.
Na página Black Bloc RJ – um grupo que faz apologia ao anarquismo – várias postagens foram feitas para divulgar fotos do oficial e links dos perfis de parentes dele na rede social. Dezenas de pessoas invadiram as páginas dos pais, tios e primos do PM, que é lotado no Batalhão de Ações com Cães (BAC), para deixar mensagens ofensivas.
O perfil de um jovem que se identifica como “Michel Movilha” também dissemina fotos e até dados bancários do tenente. Já os responsáveis pela página Blacl Bloc RJ, além de repetir a postagem contendo informações do policial várias vezes, também publicaram dezenas de mensagens incitando a violência e a intolerância, com mensagens como “Filé suíno flambado à molotov, servidos? Bacon fardado” – em referência ao PM atingido por um coquetel molotov lançado pelos manifestantes durante protesto próximo ao Palácio Guanabara, no bairro Laranjeiras, na Zona Sul do Rio.
A página ainda divulga notícias mentirosas, com o intuito de espalhar o ódio, como uma postagem afirmando que quatro pessoas haviam sido baleadas e outra com o vídeo em que aparece o farmacêutico Rafael Caruso. Ele foi atingido por uma bala de borracha na perna, mas os responsáveis pela página Black Bloc RJ declararam que ele havia sido ferido por um tiro de munição letal.
Até a madrugada desta terça-feira, dia 23 de julho, cinco pessoas deram entrada na emergência do Hospital Municipal Souza Aguiar, no Centro do Rio: além do farmacêutico, uma pessoa com suspeita de fratura no rosto, outra com contusão na mão direita e outras duas pessoas atingidas por balas de borracha: uma na coxa direita e no flanco esquerdo e outra no flanco esquerdo e no dorso direito.
Foto: Victor R. Caivano/Associated Press
Identificados como Felipe Peçanha e Felipe Garcia, os integrantes do Mídia Ninja foram conduzidos à 9ª DP (Catete) e liberados após prestar depoimento. Um deles foi abordado pelo tenente Puga, que teria solicitado que ele o acompanhasse até a delegacia para que fosse realizado um sarque – levantamento de antecedentes criminais e consulta a mandados de prisão pendentes. Através do Twitter, a PM divulgou que eles teriam sido levados à delegacia porque estavam incitando a violência. Os dois afirmaram que apenas filmavam os protestos
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