Três dias após peritos do Instituto de Criminalística Carlos Éboli (ICCE) terem encontrado manchas de sangue no banco traseiro de uma das viaturas da Unidade de Polícia Pacificadora (UPP) da Favela da Rocinha, em São Conrado, na Zona Sul do Rio, saiu o resultado do exame de DNA atestando que o sangue não era do auxiliar de pedreiro Amarildo Dias de Souza, 47 anos.
Desaparecido desde o último dia 14 de julho, o auxiliar de pedreiro foi visto pela última vez sendo conduzido à UPP da Rocinha. Na véspera, 33 acusados de integrar a quadrilha que controla o tráfico de drogas na favela foram presos em grande operação realizada por policiais da 15ª DP (Gávea) com apoio de PMs lotados na UPP.
Dois dos seis filhos de Amarildo doaram amostras de sangue na manhã de quarta-feira, dia 31 de julho. A comparação foi feita pelo Instituto de Pesquisa e Perícias em Genética Forense (IPPGF) da Polícia Civil e o resultado ficou pronto menos de 24 horas depois.
“Ninguém parou pra pensar que ele pode ter sido confundindo com um X-9? Horas após a prisão de dezenas de traficantes ele é visto na UPP e ninguém cogitou que o tráfico pode ter achado que ele era informante? Só que se colocar a culpa na PM, o Governo paga indenização. Quem vai obrigar o tráfico a indenizar a família de alguma vítima deles?”, desabafou o amigo de um policial que foi pego por bandidos em uma falsa blitz em Senador Camará, na Zona Oeste do Rio, em 2005. O corpo dele nunca foi resgatado.
Enquanto isso, familiares do inspetor da Polícia Civil Sérgio Lopes de Souza Júnior, 32, aguardam há seis meses por um exame de DNA para comprovar se uma ossada encontrada na Favela de Antares, em Santa Cruz, na Zona Oeste do Rio, é do policial. A remoção dos restos mortais foi feita no dia 5 de fevereiro.
Para a família de outro policial o drama é ainda maior: o carro do soldado Carlos Alberto Ribeiro Chaves Júnior, 31, lotado no 5º BPM (Praça da Harmonia), foi encontrado por policiais do 14º BPM (Bangu) em Realengo, também na Zona Oeste, no dia 9 de março de 2012. No porta-malas do veículo, foram encontrados a farda ensanguentada do PM, alguns dentes e massa encefálica. Um ano e quatro meses depois, nenhum exame foi realizado para verificar se o sangue era do soldado, que até hoje não foi localizado.
Um mês antes, no dia 11 de fevereiro de 2012, o tenente do Corpo de Bombeiros Rodrigo José Neves Groetaers, 22, estava em um churrasco na casa de amigos, em Bangu, na Zona Oeste. Após falar com a namorada pelo celular, avisando que iria embora dentro de alguns minutos, ele saiu do evento, mas nunca chegou em casa. O oficial continua desaparecido.
Fonte: Blog Roberta Trindade
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